domingo, 6 de abril de 2014

Ecos de Tambaba

http://praiadetambaba.blogspot.com.br/2014/03/costa-do-conde-no-litoral-sul-da-pb.html

Por Paulo Pereira
Março/ 2014   
    
Reflitamos serenamente a respeito da importância de preservarmos o fato histórico. A história vale como um grande conjunto de conhecimentos adquiridos da tradição, considerados documentos, acerca da própria evolução do passado humano. É verdade, num contraponto, como observam inúmeros historiadores e cronistas, que ocorrem frequentemente tentativas de desconstruções, geralmente por parte de escribas iconoclastas, pseudo-eruditos, que buscam interpretações equivocadas para obter lucros. Mas a história prevalece, e se afirma no tempo. Faço essa breve digressão para enfatizar o trabalho que vem sendo realizado em Tambaba, que procura, respeitando fundamentos, rasgar horizontes novos, aglutinadores, voltados para o amanhã mais rico. É fundamental não supervalorizar pequenos desencontros nem fantasiar excessivos pudores, atalhos inseguros, quando visamos caminhos serenos.
    Refiro-me, então, a iniciativas positivas, que já se afirmam na agenda de Tambaba. A criatividade nudista-naturista, nos principais pólos internacionais (Europa e Estados Unidos), de longa data, está voltada, com força, para programas turístico-culturais, o naturismo inserido como forma organizada de lazer. E, de forma pioneira no Brasil, a partir da histórica realização do Congresso Internacional de Naturismo, Tambaba-2008, a atenção dos grupos naturistas tem estado voltada para o importante segmento do “turismo naturista”, tendo surgido, em 2013, a iniciativa de projetos de infraestrutura e serviços visando atividades artísticas e de entretenimento no espaço de Tambaba. O projeto, então, foi chamado de “Tambaba Fest”, reunindo bandas de diversos estilos musicais, com grande sucesso. Enfatizo, mais uma vez, a importância de um olhar perceptivo que nos faça ver perspectivas e ações importantes, especialmente dentro do foco do chamado turismo naturista, pois os frutos preciosos já estão nascendo, vigorosos. Já agora, entre os dias 24 e 27 de abril (2014), teremos o novo “Planat Fest”, a ser realizado no “Clube e Pousada Paraíso das Cascatas”, próximo de Brasília, Planalto Central.
    Diante dessa auspiciosa realidade, recordo, de passagem, que grandes encontros da juventude naturista eram promovidos na Europa, como em Amperland, Alemanha, na década de 1960, com atividades esportivas, apresentações de música e celebrações com danças. É importante saber alinhar tradição e vanguarda, repito, sem desprezar fundamentos. Torna-se indispensável saber reconhecer os fatos, a essência da história viva. A hora realmente é chegada de reconhecermos a verdade histórica, de assumirmos nossos corpos nus, desde o berço, naturalmente, e sem pedir julgamentos, a exemplo do que coloquei nos títulos dos meus livros...
    Ao destacar a história, as iniciativas pioneiras e a perenidade dos corpos nus, sublinho, por exemplo, o que nos mostra a Companhia Lia Rodrigues de Dança, com nus integrais em movimento, bailando sobre águas e ondas, a beleza natural exaltada... Um convite de bom gosto e arte para uma reflexão sem medos, reflexão que não me canso de propor, também um “baila comigo como se baila na tribo”, certamente no “Tambaba Fest” ou no “Planat Fest”, corpos nus em ação, plásticos, integrados, o natural exaltado, a vida reafirmada, simples, sem lenços ou documentos...
    Com projetos bem concebidos, sobretudo, visando o foco mundial do turismo naturista, conheceremos melhor a maior das artes: a arte de viver!
    Em tempo: volto a sugerir que, a exemplo das antigas olimpíadas gregas, poderíamos projetar e organizar os “Jogos Naturistas”, anualmente ou de dois em dois anos, igualmente corpos nus em movimento, proporcionando saúde e educação cidadã.
    Faço minhas, com força, as palavras sábias e oportunas de Arnaldo Bloch: “Mesmo que o homem não seja capaz de tudo compreender, é impossível existir no mundo sem investir na alteração e na ampliação da percepção”... Tratemos, pois, com muita simplicidade, de investir no segmento do turismo naturista, em percepção respaldada, tendo sempre o cuidado de só questionar quando houver inteira consistência, evitando tentativas superficiais de desqualificar repetidamente os fatos. O Nudismo-Naturismo merece!
Recordo, desde já, de passagem, os registros que fiz nas páginas do meu livro “Naturalmente, Um Perfil Documentado”, 2008, págs. 152 a 156, falando de Tambaba e de memória histórica: “A hora é chegada. Cada etapa, certamente distinta e digna do Naturismo Brasileiro, é uma parte do todo, uma viga de sustentação, e não pode ser ignorada ou menosprezada. Os homens, como a própria vida cíclica e impermanente, passam, mas é mister que seus exemplos frutifiquem, sem preconceitos, sem vaidades, sem ironias, sem heresias. Os naturistas brasileiros devem ser, agora sobretudo, muito dignos da grande saga naturista do Brasil iniciada em 1949, até porque o reconhecimento do Brasil naturista pede, além de humildade, um grande senso de responsabilidade. A realização do Congresso Internacional, em Tambaba, é um prêmio e um desafio. É urgente dar as mãos para ir mais longe!” Precisamos acatar e guardar a História (com maiúscula), reconhecendo, por exemplo, que Tambaba constitui-se num dos marcos mais importantes do Naturismo Brasileiro. Evitemos distorções e lutas de egos.

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